Quando pensamos nas pessoas que mais mostraram a sua dedicação e carinho por Vila Praia de Âncora, salta-nos logo à cabeça o Doutor Luís Inocêncio Ramos Pereira.
Como era de prever nenhum dos alunos do grupo conheceu tão importante figura, contudo desde pequenos que ouviram as historias, que os mais velhos contavam, a respeito de tal pessoa, ou então, quando no parque brincavam, de certo repararam no busto em homenagem a Ramos Pereira.
E perguntam-se, quem foi Ramos Pereira? Está na hora de contar a história do Homem, que mais lutou pela nossa vila.
Doutor Luís Inocêncio Ramos Pereira, nasceu a 18 de Setembro 1870, no Porto. Filho de José Bento Ramos Pereira, natural de Riba de Âncora.
Formou-se em Medicina na Universidade do Porto em 1897.
Era membro do Partido Republicano desde 1890, altura em que foi lançado o Ultimato por parte de Inglaterra. Foi ele quem formou o Partido Republicano em Caminha.
Aquando da instauração da República, fez parte das primeiras constituintes, sendo eleito deputado pelo círculo de Viana do Castelo.
Até 1926 foi eleito senador por essa cidade.
Foi ele que mais se empenhou a elevar Gontinhães a vila, tendo tal acontecido em 1924 pela Lei de 1616.
Por todo o seu trabalho, como medico, recebeu do governo a comenda da Ordem de Cristo.
Morreu em 22 de Julho de 1938,
“Ramos Pereira Entre Amigos”
Nesta frase podemos ver toda a admiração, que este Homem nutria por tão singela Vila.
Por ter sido tão importante, foi, em sua homenagem posto o seu nome na Avenida à beira mar, e no parque infantil o seu busto.
No dia 14 de Novembro pelas 15.00h o grupo de trabalho dirigiu-se ao escritório do músico Joaquim Barreiros.
Joaquim de Magalhães Fernandes Barreiros, mais conhecido por Quim Barreiros, nasceu a 19 de Junho de 1947 em Vila Praia de Âncora.
Aos 8 anos começou a aprender a tocar acordeão na escola do Sr. Lomba, aos 9 anos já tocava bateria no conjunto do pai, “Conjunto Alegria”. Foi neste conjunto bem como nos grupos folclóricos em que participou que aprendeu música popular e folclórica até aos 20 anos.
Em 1968 foi cumprir o seu serviço militar para a Força Aérea Portuguesa, ingressando na famosa Banda da Força Aérea onde terminou a sua carreira militar em 1974.
Foi nesse período que teve a oportunidade de actuar nas principais Casas de Fado e restaurantes típicos.
Conheceu nesta altura o famoso guitarrista Jorge Fonte, com quem fez várias gravações. Lançou o seu primeiro disco em 1971.
Actuou em quase todos os países onde existem comunidades portuguesas, tais como o Canadá, USA, Venezuela, Brasil, Aruba, Curaçao, Bermudas, África do Sul, Namíbia, Austrália, Espanha, França, Suiça, Bélgica, Alemanha, Andorra, Inglaterra, e muitos mais.
Não se pode deixar de mencionar que não há festa académica sem o Quim Barreiros!
Ele próprio considera-se um músico profissional.
Acha que o seu trabalho é reconhecido
Como vós sabeis Santos da Terra não fazem milagres. Mas sou reconhecido. Contudo gosto de fazer as minhas digressões pelo estrangeiro. Até porque Vila Praia de Âncora não é uma terra de muitas tradições. Temos a Sr. da Bonança em que a comissão de festas traz à terra alguns artistas e pouco mais. A câmara também tem organizado alguns eventos neste sentido, trazendo alguns cantores, o que eu acho bem.
Comparado com os outros países acha que Portugal, e neste caso, Vila Praia de Âncora tem infra-estruturas suficientes para apoiar as actividades musicais?
De facto não, temos aqui a grandiosa Academia de Música Fernandes Fão (AMFF). Desde já dou os parabéns às pessoas que têm feito força para que a Academia não esmoreça. Tem saído de lá grandes artistas, jovens com grande talento que tocam maravilhosamente bem, até eu tenho inveja.
As entidades camarárias apoiaram-no quando começou a sua carreira de cantor?
A mim ninguém me apoiou, nem comunicação social, nem ninguém. Fui indo devagarinho. Saí de Vila Praia de Âncora, fui para Lisboa em 1967 e tive ajuda dos mais velhos. Trabalhei, fui humilde e honesto. Eu sou o motorista do Quim, sou o empresário, enfim…Sou sozinho à muitos anos. Habitei-me assim e não tenho tempo para outras coisas.
Acha que a junta e a câmara têm um bom plano cultural, ou seja, se apostam e tem actividades para divulgar a arte, no seu caso, a música?
Sinceramente acho que não, a música tem muito que se lhe diga, e as nossas entidades camarárias pouco fazem para a divulgar. Também temos de ver que eles não podem fazer nada, pois falta-lhes o mais importante, o dinheiro. Sem dinheiro nada se faz, e neste caso isso é bem visível.
Gostaríamos que colaborasse connosco. Tem alguma sugestão para dignificar Vila Praia de Âncora a nível cultural?
Em primeiro lugar a AMFF deve ser apoiada, deveria ter instalações só para ela, e não, como agora acontece estar num espaço alugado ao Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora.
Precisamos de uma sala de espectáculos, onde possamos ouvir desde orquestras até a um artista popular como eu.
E não é só Vila Praia de Âncora que tem carências ao nível cultural, Portugal não está apetrechado para receber com condições dignas certos artistas e espectáculos.
Além do marcador, para acompanhamento de leitura, anteriormente publicado concluímos, também, o tão esperado cartão de visita ao nosso blog, em que toda a informação sobre o projecto é depositado com humildade e empenho.
O recorte do cartão fora explicado no post previamente publicado, e na continuação da estética que compõe a mensagem do cartão é de realçar o significado do dito "porquê" assim.
A explicação:
Desde aquele dia em que entramos na sala D7 da Ancorensis Cooperativa de Ensino, até esta data, em que de novo entramos nesse mesmo espaço, podemos dizer que sempre esteve presente o objectivo de fazer mais e melhor. O caminho nem sempre foi fácil, por vezes deparamo-nos com obstaculos que pareciam intransponíveis, mas contudo com empenho e dedicação lá os conseguimos ultrapassar. Aqui está uma retrospectiva de todo o nosso trabalho para este projecto:
Resumo das Ideias chave do Trabalho Semanal de 11 a 17 de Novembro
Esta semana foi muito produtiva. Entrevistamos o Norberto Carrelo (artesão) e o Joaquim Barreiros (músico),ambos naturais de Vila Praia de Âncora, cujas entrevistas vamos publicar em breve. Conseguimos também contactar com algumas entidades que queremos entrevistar. Continuamos a distribuir os inquéritos mas ainda temos um longo caminho a percorrer, pois são bastantes. Achamos que estamos a ir num bom percurso, mas ainda temos muitos objectivos pela frente. Vamos continuar a trabalhar!
No passado dia 10 de Novembro, dois elementos do grupo foram ter uma conversa animada com o Senhor Presidente do Etnográfico de Vila Praia de Âncora.
O Etnográfico foi fundado em 21 de Março de 1976, por José Meira. Aquando uma disputa dentro do Orfeão de Vila Praia de Âncora, o grupo de dança separou-se e fundou esta nova colectividade. Neste momento o Orfeão e o Etnográfico têm uma relação bastante saudável.
Tem como objectivos principais, a divulgação da etnografia do Vale do Âncora, ou seja, as danças, os trajes, os costumes, e os cantares. È uma organização sem fins lucrativos, que tem desde 1989 o título de organização de utilidade pública, quando Aníbal Cavaco Silva estava no governo. Este título garante um grande prestígio, pois são poucos os grupos etnográficos que o têm.
Nos seus espectáculos fazem apresentações de danças, cantares e trajes, participam em casamentos, e mantêm a tradição de cantar as Janeiras.
Sustentam-se a nível financeiro através da de espectáculos renumerados, do subsídio camarário, e com o dinheiro que arrecadam das Janeiras.
Já apresentaram espectáculos em todos os distritos de Portugal, como também no estrangeiro, é o caso da Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, Suiça, Áustria, Hungria, Jugoslávia e Andorra. Até a data contabilizam-se mais de 2000 actuações.
De um modo geral na época da Páscoa realizam uma digressão para um qualquer país da Europa.
Participaram no 1º Festival Folclórico da Europa Comunitária, em 1989. é de mencionar que esta foi a única edição deste espectáculo, e o seu encerramento ocorreu eu Vila Praia de Âncora, e foi transmitido para todo o país pela RTP.
Ensaiam de Novembro a Maio. Durante estas semanas reúnem-se à terça, os mais novos, e à sexta decorre o ensaio geral.
Este grupo é dirigido por uma direcção que é eleita no fim de Outubro, ou início de Novembro de cada ano. Para presidente podem concorrer todos os sócios. Uma característica engraçada deste grupo é que as pessoas que entram, só passam a sócios um ano depois da entrada no grupo, e se a Assembleia Geral aprovar a candidatura.
Não tem sede própria, alugando um espaço ao Centro Cívico de Vila Praia de Âncora. Têm direito a uma sala para as reuniões da direcção, uma sala de convívio e uma sala de ensaios.
O que o motiva a colaborar nesta associação?
Eu já estou nesta associação desde os 4 anos, posso dizer, que fui um dos fundadores. Por isso, e ao fim de 30 anos, tenho um imenso gosto de participar neste maravilhoso grupo. E quando olho para trás faço um balanço muito positivo, com muitas amizades e momentos bem passados.
Acha que a etnografia tem uma boa impressão na sociedade?
De um modo geral sim, contudo é um pouco vista como os “parolinhos”, é como se fosse um parente pobre da cultura. As pessoas, como é natural, não dão muito valor ao que é seu.
Qual é a zona mais rica a nível de etnografia?
Sem dúvida que é a nossa zona, o Minho. As outras zonas são bastante pobres nesta área, claro que tem sempre algumas tradições, mas não estão tão conservadas como as nossas.
Vila Praia de Âncora tem espaços culturais suficientes?
Não. Sem dúvida, que temos uma grande falha a nível de edifícios de apoio à cultura. Falta uma sala de espectáculos, um teatro e um cinema. Sempre que queremos fazer um espectáculo na Vila temos de o realizar ao ar livre. Sem ser que temos de nos sujeitar às condições climatéricas, não podemos nunca fazer um espectáculo com bilhetes, visto que é muito polémico aqui na Vila, fechar zonas, para se fazer um espectáculo pago.
Acha que as pessoas sentem orgulho nas nossas tradições?
De certa forma sim. Contudo quando se tenta nas festas por as pessoas a vestirem um lenço regional, ou até mesmo uma camisa, as pessoas não aderem. A etnografia está muito estigmatizada pela nossa sociedade.
Um muito obrigado ao presidente do Etnográfico, o senhor José Meira!
1º Período
Para um melhor diagnóstico de Vila Praia de Âncora iremos trabalhar os seguintes itens:
Para finalizar o nosso diagnostico, iremos elaborar inquéritos para distribuir à população ancorense, e iremos reunir-nos com a presidente da Câmara, Doutora Júlia Paula, e o presidente da Junta Doutor Manuel Marques.
2º Período
Iremos lançar propostas para os itens analisados no 1º Período.
Dando maior importância à cultura, e ao turismo, essencialmente às áreas envolventes aos monumentos, e à zona balnear, especialmente ao rio Âncora.
3º Período
Reflexões finais.
Realização de uma semana cultural em Vila Praia de Âncora, com a actuação de algumas associações culturais, bem como um dia dedicado a um prato gastronómico.
Em vez de um simples panfleto decidimos fazer algo diferente.
Algo que pudesse ser útil e que não fosse mais um papel em cima da mesa.
E como também queremos promover a cultura deliberamos fazer algo relacionado. Então, fizemos uma viagem ao mundo da imaginação e encontramos algo muito interessante!
Um marcador de páginas!
Assim, enquanto as leituras se tornam mais cativantes, também promovemos o nosso projecto! Estes marcadores serão brevemente distribuídos.
Queres um?
Natural de Vila Praia de Âncora, começou a dar os primeiros passos na carreira de futebolista no clube local, Âncora Praia Futebol Clube, entre 1969 e 1970. Foi nesta época que se tornou internacional no escalão júnior. Este foi o primeiro ancorense a representar a equipa das quinas.
Entre 1970 e 1974 jogou no Vitória de Guimarães. Passando depois para o Benfica, na temporada de 1974/1975. Depois disso, jogou 6 anos nos Estados Unidos da América, no Rochester Lancers, altura em que o futebol começava a singrar nesse país.
Periodicamente jogou no Varzim, no Vianense e também no Académica de Coimbra.
Teve de deixar o futebol por causa de uma lesão, saiu cedo, porque não queria ser assobiado quando a sua prestação já não fosse tão boa.
Passou do Futebol à restauração. Neste momento é dono de um Restaurante, “A Tasquinha”, situado na Rua dos Pescadores
Acha que Vila Praia de Âncora tem estruturas suficientes para apoiar a pratica desportiva?
Estruturas tem, temos dois campos de futebol, contudo temos uma má organização. A nossa vila tem o dever de ter uma equipa a jogar na liga regional, coisa que neste momento não acontece.
O que acha fundamental mudar então?
Sem dúvida que será a organização. Pondo nova gente lá, mais trabalho, mais prazer na actividade. Sem dúvida que se precisa de sentir prazer para se ser um bom desportista. Quando era jogador, havia uma grande união, fazíamos estágios, convivíamos, e éramos todos amigos. Trabalhávamos e tínhamos prazer em jogar. È isso que é fundamental nos dias de hoje.
Porque é que passou de futebolista a dono de Restaurante?
Achei que não fosse má ideia abrir um restaurante, é uma coisa que gosto, e que tenho prazer. Sem isso era impossível abrir um.
Acha que se aposta o suficiente na restauração
Sim, sem dúvida. Vila Praia de Âncora tem uma óptima restauração.
Quais são os meses que mais movimento tem?
Na época de veraneio, mas sobretudo em Agosto.
Serve pratos típicos de Vila Praia de Âncora?
Sirvo somente peixe fresco. Aderi ao dia gastronómico do Concelho de Caminha, que se realiza no dia 23 ou 24 de Março, e somente nesse dia sirvo também Caldeira à Tio Feito.
Agora, gostaríamos que desse a sua opinião acerca de Vila Praia de Âncora.
Para mim, Vila Praia de Âncora é a Terra mais Bonita. Tem rio, mar, praia, montanha… Contudo o rio continua poluído, sendo extremamente necessário limpa-lo, isto iria valorizar muito a praia, já que é a única condição que não respeitamos para ter bandeira Azul.
È uma vila muito bem localizada, visto que à relativamente pouco tempo, conseguimos a ligação da auto-estrada 28.
Tem contudo muitos problemas de estacionamento, sendo necessário construir parques na zona da Lagarteira e na zona do Mercado.
O grupo gostaria de agradecer a disponibilidade do Senhor Ibraim, bem como a colaboração que deu para a realização do nosso projecto.
Um muito obrigado!
Acessibilidades
Região de Turismo do Alto Minho
Educação/Ensino
Escola Básica 1,2 de V.P.Âncora
Ancorensis Cooperativa de Ensino
Academia de Música Fernandes Fão
Empreendimentos Turísticos
Apartamentos Turísticos Vila Praia
Turismo Rural/Habitação
Restauração V.P.Âncora/Caminha
Parques de Campismo
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