Na passada quarta-feira, 31 de Outubro,
reunimo-nos com um autor contemporâneo, residente em Vila Praia de Âncora, Carlos Rodrigo da Silva Vaz, para uma pequena (e grande) troca de palavras. Nascido a 21 de Junho de 1970, licenciado em Filosofia e Humanidades e mestrado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea, actualmente lecciona aulas na nossa escola, Ancorensis Cooperativa de Ensino. Escreveu uma trilogia de experiência: A Casa de Al’isse, Seres de Rã e Capricho 43, um livro de poesia Laivo e um ensaio premiado pela crítica Diários de um Real-Não-Existente.
Iniciou a carreira literária desde muito cedo, por volta dos 16 anos, idade em que fazia pequenos livrinhos de poesia manufacturados e posteriormente os oferecia aos amigos. Como escritor irá concretizar dez anos de carreira literária em Junho de 2008. É vencedor de três prémios literários de bastante importância: o primeiro foi um dos autores de Braga, seguindo-se o prémio literário António Paulouro, um dos mais importantes a nível de literatura, e o maior de todos, o Prémio Vergílio Ferreira. Segundo o autor, o melhor reconhecimento que pode ter são os seus leitores, uma comunidade a nível nacional que está a aumentar de dia para dia. «Esses para mim são o melhor prémio que tenho.»
Pondera que em Vila Praia de Âncora as pessoas reconhecem o seu trabalho através de jornais locais e nacionais e/ou através do seu blog ou site pessoal. Mas discorda face à sensibilidade para apreciar as suas obras, pois «esteticamente é preciso educar essas pessoas, a começar desde o alto, basta ver pela construção/arquitectura, não há realmente gosto estético, até ao gosto de visitar galerias e visitar arte, não há esse hábito. Isso educa-se. Agora, há um grupo de pessoas que a nível de arte tem-se evidenciado potenciais artistas futuros, penso que VPA está de parabéns por isso, está a mudar um bocadito aí, nos jovens artistas». Como solução para poder das às pessoas novas oportunidades para criar um gosto pela arte, o autor enumera um maior envolvimento das escolas excedendo o limite da divulgação para se educar o gosto artístico, e para isso desenvolver o hábito de ir a galerias, cinema, exposições e hábitos de leitura. Referiu o filósofo Kant que dizia que «a estética é uma coisa que se educa, o gosto pelo bom e pelo belo educa-se».
Carlos Vaz expõe claramente o seu desagrado em relação ao défice de espaços culturais e artísticos da vila, pois a cultura não é só a cultura popular, que também se deve promover, mas que do seu ponto de vista já está demasiado fomentada. E «a cultura artística é que não tem sido promovida. Nos últimos anos tem havido umas alterações com a “Feira do Livro”, e com a “Arte na Rua”, e algumas coisas que se tem feito no centro cívico. Mas ainda é insuficiente, porque VPA tem 5000 habitantes.».
Agradecemos os breves instantes da conversa agradável com o autor e felicitamos a continuação do bom trabalho que tem desenvolvido.
Para saber mais sobre o autor poderá visitar a sua página pessoal e o seu blog: